A Organização de Bordo
- autorsecreto
- 23 de fev.
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Organização por Quartos e Divisões de Serviço
Em um navio de guerra, para a sua condução, segurança e andamento dos serviços administrativos, existe sempre uma parcela da tripulação que fica de serviço, quando em viagem ou no porto.
Todo o pessoal é dividido em grupos chamados quartos de serviço, que recebem os nomes de 1° quarto, 2° quarto e 3° quarto. Existe sempre um quarto, efetivamente, de serviço; um estará de folga; e outro será o retém, que fornecerá pessoal para cobrir faltas eventuais.
O zelo pelo navio é feito dividindo-se as 24 horas do dia, em seis períodos de quatro horas - também chamados de quartos -, cada um sob a responsabilidade de um quarto de cabos e marinheiros, de uma divisão de suboficiais e sargentos e de uma divisão de oficiais.
No porto, haverá sempre, em condições normais, pelo menos, um quarto de serviço. Mais gente ficará a bordo, quando necessário, podendo permanecer todo o pessoal em prontidão, se assim for determinado.
Dessa forma, o dia de trabalho do marinheiro, do homem do mar, é contado diferente do dia do homem de terra. Se fosse possível ao navio navegar somente de oito horas da manhã até as cinco da tarde - havendo parado uma hora para almoço - e parar e fundear ao final do dia, para então recomeçar tudo no dia seguinte, às oito horas, a jornada seria como a de terra. Mas há séculos os marinheiros se ajustaram às necessidades do mar, cumprindo uma jornada de trabalho dividida em seis quartos de serviço, cabendo a parcelas diferentes da tripulação a vigilância, em cada quarto. No porto, os quartos são de 00h às 04h, de 04 às 08h, 08h às 12h, de 12h às 16h, de 16h às 20h e de 20h às 24h. Em viagem, no período compreendido entre 00h às 12h, os quartos tem o mesmo horário que do porto, porém, depois das 12 horas, os quartos são de 3 horas: 12-15; 15-18; 18-21; 21-24.
O quarto de 04h às 08h é balizado de "quarto d'alva" (a hora d'alva, do amanhecer).
Fonte: LYRA, Márcio de Faria Neves Pereira de. Tradições do Mar: usos, costumes e linguagem. 7.ed., rev. e aum.- Brasília : Serviço de Relações Públicas da Marinha, 1999; e https://www.marinha.mil.br/tradicoes-navais/organizacao-de-bordo.









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